Uma proposta para definir claramente o
marketing de boca a boca, o marketing viral e o buzz marketing. Passa
zumbindo pela multiplicação, segue criando relacionamento e finaliza com
a venda na internet.
Muito tem se falado sobre ações de marketing e
vendas com o menor investimento e maior convergência possíveis,
incluindo também a procura cada vez maior pela fidelização de
consumidores, buscando torná-los no que o marketing moderno chama de
clientes evangelistas.
Por estas tendências e necessidades, fica
evidente que o uso de ações buzz ou marketing viral passa a ser uma
excelente opção para transformá-las em realidade. São temas ainda pouco
difundidos, não utilizados fortemente e sem conceitos bem enraizados se
comparados a outras ações como, por exemplo, promoções de vendas.
De qualquer maneira o uso destas estratégias é
um caminho sem volta, ainda mais com o crescimento da internet que
facilita e barateia este tipo de ação.
Temos ainda muita confusão entre os conceitos
de marketing viral e buzz marketing. A pergunta que se faz é se existem
diferenças entre eles ou são apenas nomes aplicados por autores e
profissionais diferentes. Além disso, consideramos que se faz necessária
a análise não somente destes dois itens, mas também de outros que
passem a constituir uma ação completa, desde a indicação até a venda de
produtos.
Para responder estas questões e fazer com que
os profissionais possam usar o mesmo padrão de referência, propomos a
seguinte analogia e conceituação:
Marketing de boca-a-boca: indicação
Consideramos “a ação ou o ato de falar ou
indicar algo a alguém”. Ação esta que nasceu praticamente junto com a
humanidade e inerente das características do ser humano “social”.
Próprio da vida em sociedade, intrínseco do ser humano, uma necessidade
básica de compartilhar coisas boas e ruins.
Todo ser humano, em maior ou menor
frequência, já ouviu ou espalhou uma notícia, um fato, ou a popularmente
chamada “fofoca”. Estas atitudes das pessoas, intencionalmente ou não,
acabaram sendo usadas pelos “comerciantes” de todos os tempos.
Podemos considerar que quando usadas de forma
intencional, organizada, estratégica e profissional no mercado, temos a
integração entre o marketing e o boca a boca. Ou seja, o marketing de
boca a boca.
Marketing viral: multiplicação
É uma fase posterior e mais ampla do
marketing de boca-a-boca. Assim o é pelo fato de que somente se torna
viral (ou pandêmico) quando existem ferramentas tecnológicas que
propiciem que isto aconteça
A facilitação de contato de uma para muitas
pessoas rapidamente, e que aqui o chamamos de “poder de multiplicação”.
Talvez a primeira tecnologia que propiciou a multiplicação viral de
informações tenha sido o telefone. A facilitação de uma pessoa ligar
para muitas outras em poucos minutos começou a acontecer.
Todavia, nada pode ser comparado à chegada e
popularização de internet. A potencialização foi extrema. Em poucos
cliques o conteúdo chega a uma infinidade de contatos, onde a própria
característica da internet propicia um alastramento muitíssimo mais
rápido que no mundo real ou mesmo através do telefone.
Uma observação se faz necessária:
consideramos como apenas “fatos virais” ou “fato viral” as
multiplicações de notícias, vídeos, etc. que acontecem naturalmente, sem
ou com a intenção de tornar-se viral, mas que não divulgam
propositadamente qualquer tipo de marca/produto/serviço.
Ações “pensadas” e preparadas
intencionalmente por empresas, utilizadas como forma de divulgar uma
marca/produto/serviço, é o que podem ser consideradas como “marketing
viral”. Todavia, ainda estamos trabalhado em um nível superficial de
“relacionamento” e apenas realizando a função de divulgação ou
propagação da mensagem ao possível cliente da empresa.
Buzz marketing: relacionamento
O termo buzz traduzido para o português que
dizer zumbido (Michaelis/UOL, 2009), mas podemos citar também alguns
outros substantivos que ele indica: sussurro, murmúrio, rumor, isca
artificial.
E os verbos correspondentes: zumbir, zunir,
sussurrar, espalhar, pairar, acabar e esvaziar. O “marketing do zumbido”
é mais do que o espalhe de informações, realiza um trabalho parecido
com o das abelhas, que ao ir de flor em flor passam a ter um
“relacionamento” mais íntimo e importante com elas, onde ajuda na sua
fertilização e sai levando um pouco de seu néctar e outros polens para
fecundar outras flores.
Uma relação natural, inteligente e necessária
para a sobrevivência das duas espécies. Fazendo uma analogia com
empresas e consumidores, que bom seria se mantivessem sempre uma relação
assim!. Ele também é uma evolução, ou passos, além do marketing de boca
a boca e do marketing viral.
Utilizando-se das características e técnicas
dos anteriores, é aprimorado com ações estratégicas de marketing bem
definidas, elaboradas, monitoradas, controladas para atingir os
objetivos previamente definidos. Parte do princípio da busca a um nível
mais avançado de conhecimento e relacionamento com seu público-alvo,
baseados inclusive nos estudos referentes ao consumidor.
O planejamento estratégico é necessário para o
sucesso da ação como qualquer outra ação de marketing necessita.
Busca-se o nível maior de comprometimento entre a empresa/cliente dentro
da ação.
Também poderão ser utilizadas técnicas e
ferramentas de fidelização, ou em um termo mais recente, de
evangelização de clientes (fazer com que os clientes sejam fiéis à
marca/produto/serviço, ao ponto de querer “evangelizar” e até convencer
outros possíveis clientes a comprá-los pensando sinceramente que: “Se é
bom para mim vai ser bom para eles”).
Até aqui conceituamos com objetivo de
finalmente definir e acabar com a confusão estratégica e de
nomenclaturas dos termos marketing de boca-a-boca, marketing viral e
buzz marketing. Como sequência lógica e necessária, propomos que uma
continuidade seja criada, fechando o círculo de ações com a venda de
produtos/serviços.
Buzz sales: vendas
Em continuidade do mesmo raciocínio das
etapas anteriores, também o buzz sales é uma evolução ou uma sequência
lógica e com objetivo bem definido, que é vender!
Aqui batizamos com o nome de: “buzz sales”,
ou “vendas por zumbido”. Esta etapa merece ser “separada”, analisada e
planejada com todo o cuidado e atenção pelos profissionais de marketing e
de vendas.
Preço, formas de pagamento, atendimento,
garantias, etc. precisam ser ainda mais atraentes e informações claras e
objetivas, para que haja o consumo através do buzz sales “online”.
Com o buzz sales fechamos ciclo natural da
ação de buzz, inciado pelo marketing de boca-a-boca, potencializado em
sua multiplicação pelo marketing viral, qualificado pelo buzz marketing e
convertido em vendas pelo buzz sales.
Uma ação pode ter todas estas etapas ou
apenas uma, duas ou três delas. Tudo depende da necessidade e objetivos.
Mas uma ação completa somente é finalizada com a venda do produto ou
serviço.
Buzz force (força de espalhe).
Nada mais usual e natural que também seja
importante para a identificação deste conjunto de ações formadas pelas
etapas de ações citadas, que batizemos com um nome que torne explícito
seu objetivo e que possa adequadamente representá-los e padronizá-los.
Após muitas alternativas a conclusão é que o
nome mais adequado é: buzz force ou “força do zumbido”. O termo “force”
foi escolhido para que representasse toda a força que uma ação completa,
bem feita e realizada pode obter de resultados. É um nome forte, com
características de fácil lembrança, de possível aceitação pelos
profissionais, e adequado a uma proposta de padronização.
Enfim, podemos relembrar as palavras chaves que resumem as características de cada etapa:
Marketing de boca a boca: indicação
Marketing viral: multiplicação
Buzz marketing: relacionamento
Buzz sales: venda
PIRANA, Marcelo. Buzz marketing evolui do viral para a venda. Webinsider. São Paulo, out. 2009. Disponível em: <http://webinsider.uol.com.br>. Acesso em 6 out. 2009.